Mesmo que aprendidas as lições com os períodos pandêmicos de 2020 e 2021, os desafios ainda são relevantes e têm grande impacto na cadeia logística, seja no transporte nacional, mas principalmente no transporte internacional, na cadeia de suprimentos.
A logística global está passando por uma "tempestade perfeita". Além do descompasso entre oferta e demanda do mercado, há atrasos na liberação de mercadorias, eventos especiais (como o bloqueio do Canal de Suez em março) e a epidemia de Covid-19, que impediram a chegada de mercadorias. Navios, partidas de funcionários e fechamentos de terminais - por exemplo, o porto de Ningbo na China, o terceiro maior porto de manuseio de contêineres do mundo, está parcialmente fechado há mais de uma semana.
O Transporte rodoviário de Cargas segue muito impactado por processos burocráticos contraproducentes, pois antagonizam com as necessidades e expectativas dos clientes que buscam uma atuação logística eficiente das transportadoras. A ATRHOL compreende que neste cenário só nos resta investir de forma relevante em inovação utilizando processos e procedimentos eficientes e criativos. Nunca foi tão relevante a necessidade do fortalecimento e interação das partes interessadas no processo logístico, sejam agentes públicos, representantes de classe ou iniciativa privada, com objetivo de fomentar um plano bilateral de curto, médio e logo prazo para que a logística nos países da América do Sul.
Representantes de todos os modais, terminais e portos acreditam que o Brasil deve investir em infraestrutura e ampliar a cooperação junto a autoridades e órgãos a fim de agilizar o máximo possível a liberação de carga, quando for viável.
Temos que ter paciência e, nos casos específicos, tomar decisões de buscar soluções diferentes. O mundo não é mais o mesmo e a logística não é mais a mesma, estamos saindo de uma era de valores de frete muito baixos sendo que os fretes aumentaram no spot e que, para quem tem contrato, o frete está defasado há mais tempo, com longos períodos de perdas irrecuperáveis perante os constantes aumentos. As cadeias de suprimentos estão obstruídas, e nosso desafio é prover infraestrutura melhor, mesmo com os avanços ainda existem muitos investimentos a serem executados.
Sofremos com o aumento forte do diesel e de outros insumos, como asfalto, pneus e lubrificantes. O mercado, que está sempre procurando melhores margens e assim colaborar com bem social e sustentável não está conseguindo realinhar-se com naturalidade. Além de defasagens históricas, ainda possuímos a deste ano para recompor. Creio que o maior desafio no atual momento, e que ficará ainda mais incisivo para 2022, é equilibrar essa balança de rentabilidade x custos em todo o setor logístico.
Um fator que tem influenciado as inovações e muitas vezes até modificado a maneira de criar novas ferramentas e soluções é a sustentabilidade, que ao longo de muitos anos já está sendo o lema de várias empresas, e têm se tornado algo fundamental principalmente para o setor logístico dando espaço a inovações sustentáveis, ações pensadas no meio ambiente, diminuição de gases poluentes, ações para evitar desperdícios e inúmeras outras soluções sustentáveis que já são prioridade no dia a dia das empresas.
Não somente uma tendência para os próximos anos, a logística sustentável é algo necessário que envolve comprometimento e investimento em operações inteligentes de entrega.
Artigo Escrito Por:
Jorge A. Lanzanova
Diretor Presidente
Martin Moreno
Gerente Corporativo
Tomás Fleck
Coordenador da Qualidade e Marketing